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Síndrome "Ninho Vazio"

O processo de desenvolvimento é composto por várias fases importantes. Ao longo da nossa existência, vamos crescendo e desenvolvendo-nos, de forma a nos podermos assumir como pessoas melhores e mais adultas. Durante o período da adolescência já se ouve falar em independência, saídas de casa e afins, ainda que não se dê grande importância.

De facto, chega a uma fase da vida em que é imperativo deixar que os nossos filhos, sigam o seu caminho. No entanto, por muito que se saiba que este é um processo normal e necessário, é também um momento difícil para os pais.

Síndrome do “Ninho Vazio”, é uma condição psicológica que afecta maioritariamente as mulheres, e que apresenta sintomas depressivos associados à saída de casa de um filho. É pontual, acontecendo num determinado momento da nossa vida. Inicia-se no instante da separação, e finda quando existe o estabelecimento de uma nova ordem familiar.

Sabe-se que, normalmente o “abandono” do lar por parte dos filhos, acontece numa fase menos positiva para a mãe, uma vez que coincide com outros acontecimentos da sua vida, que nem sempre, são fáceis de gerir.

Muitas vezes, a saída acontece na mesma altura da menopausa, na altura da reforma ou de outros marcos importantes, onde a mãe se sente mais envelhecida, existem alterações ao nível da auto estima, alterações na imagem e emocionalmente estão mais instáveis.

Por isso é muito importante nesta fase de transição, que ocorra uma mudança de papéis, e que os filhos ajudem os pais neste processo, de forma a que este, seja o menos doloroso possível.

Pais, o que fazer?

  1. Preparar Partida - Encare desde cedo que este é um processo natural, e que por isso, deve fazer como em todos os momentos da vida do seu filho, parte dele. Ajude-o nesta fase, faça parte do processo, apoie as suas decisões. Não deixe que essa saída seja motivo de desentendimento;

  2. “Lentes Positivas” - Tenha um olhar e pensamento positivo, não se foque na tristeza. Pense que esta fase é uma altura importante e marcante para o seu filho. Agora será mais responsável, construirá o seu caminho, a sua vida e contará com o seu apoio e experiência de vida, nas alturas mais difíceis;

  3. Explorar Novas Formas de Relacionamento - Apesar do seu filho ter saído de casa, ele continuará a fazer parte da sua vida e você da dele. É normal que nos primeiros tempos seja estranho chegar a casa e não o ter lá, mas arranje alternativas. Estabeleça a melhor hora para lhe ligar ou combine um dia que seja vosso e possam beber um café, almoçar ou outra coisa qualquer que gostem;

  4. Aceite Apoio - Não se faça de forte. Assumir que se precisa de ajuda é o primeiro passo para a mudança. Afinal, é normal que sinta um misto de emoções, por um lado está feliz por ele, por outro, triste por si. Converse com alguém sobre isso, exponha os seus sentimentos e procure ajuda;

  5. Comece a Olhar para as suas Necessidades - Á primeira vista pode parecer complicado, afinal, dedicou toda a sua vida aos seus filhos e nos últimos anos viveu para eles. Agora é altura de voltar a olhar para si, de pensar em si, naquilo que precisa e há muito tempo não tem, seja privacidade, mais tempo, novos objectivos. Já não tem desculpa para não comprar aquela peça de roupa, ir jantar fora ou inscrever-se naquele curso que até lhe chama a atenção. Agora a conta da luz, da água e do gás até vão ser mais baratas, por isso aproveite e faça alguma coisa que goste;

  6. Redescrubra o Amor da Sua Vida - No caso de viver com o seu companheiro, aproveite agora para dedicar mais tempo a essa relação, que no meio de tantos afazeres talvez se tenha perdido. Vive sozinha? Então, redescubra-se. À quanto tempo não olha verdadeiramente para si? De que gosta? O que a faria feliz? Quem é?

“ Devemos aceitar e encarar esta fase como um recomeço, não só para eles que sairão em busca de novos desafios e experiências, mas também para nós pais, como um novo conceito de vida e novas perspectivas ”

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