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Regresso às Aulas

Setembro. É na última quinzena que se dá início a um novo ciclo escolar. Os preparativos começam cedo, desde as matrículas com fotografias e fotocópias à lista infindável de material escolar. Desde os mais pequenos aos mais graúdos, é um momento de loucura e excitação perante a oferta de produtos, os dossiers e cadernos de todas as cores e feitios, a nova mochila, e tudo aquilo que faz falta.

A preparação e o cheiro a novo das coisas novas, que todos nós nos lembramos (e que bom que era por sinal) ganha agora uma nova vida. Juntamente ao novo material, à nova escola para alguns, surgem todas as promessas de um ano lectivo melhor "este ano é que vai ser” e " vou estudar e aplicar-me mais”.

O novo ciclo faz-se acompanhar de um misto de emoções, desde a festa, à expectativa do "como é que vai ser", à ansiedade e preocupação acerca do reencontro dos colegas, ou em relação aos novos, novas disciplinas e professores. Inconscientemente para alguns, bastante consciente para outros, este é um organizar de vida e a construção de um futuro.

Para uns este vai ser um ano de escolhas, mas não é só da cor do estojo ou da roupa que vai vestir no primeiro dia de aulas para causar boa impressão, é sim, da escolha que vai ter de tomar, determinando os próximos anos da sua vida.

Ciências? Humanidades? Economia ou Artes? Como é que se tem a certeza daquilo que se quer, ou de que aquilo que os nosso pais, avós, tios querem, é o mais correcto? A dúvida, a incerteza e o medo reinam. A vida é feita de escolhas, entre o certo e o errado, entre aquilo que nos faz ou não feliz, e nem sempre se faz a escolha certa à primeira, é preciso errar, experimentar e a isso chama-se CRESCER.

Não nos podemos esquecer que esta geração vai assumir a liderança nos próximos anos, e, tão ou mais importante do que ter jovens focados e formados, é preciso que sejam equilibrados e felizes. O 25 de Abril, não se fez com uma pessoa, fez-se com a força e união de muitas, por isso mesmo é preciso olhar para o desenvolvimento das nossas crianças e adolescentes, como um trabalho em equipa, onde pais e professores se unem em prol de um objectivo comum, ensinar a brincar, criando oportunidades de desenvolvimento e aprendizagem.

Sabe-se pela literatura, que todos nós somos diferentes e reagimos à mesma situação de formas completamente antagónicas, não fosse "EU" descrito no dicionário como "ser especial e único", e por isso mesmo, é importante ter um olhar atento e ao mesmo tempo liberal quando se fala em desenvolvimento.

É imperativo deixar que as nossas crianças, tentem, falhem, consigam, brinquem, cresçam e tenham o poder do livre arbítrio ainda que controlado. Nunca é demais falar-se em temas como a educação, assim como, infelizmente, não podemos falar de educação sem tocar em assuntos como a rotina, pressão, ansiedade, medo e frustração. É preciso intervir, é necessário que se tomem medidas eficazes, que se priorize a educação e que se eduque com inovação.

Este mundo é aquilo que fazemos dele, e é o que fazemos que determina a sociedade onde pertencemos. Não somos espectadores da vida, somos e devemos ser membros activos na construção da mesma, são esses os valores a incutir nas novas gerações, crescer a brincar e com a confiança necessária para sermos felizes, motivados e instruídos.

A adolescência não é, nem tem de ser um problema, é sim uma fase de transição e se for um trabalho em equipa será com toda a certeza mais satisfatório e eficaz.

Um excelente início/recomeço de aulas e "este ano é que vai ser”

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